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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

QUANDO NÓS PROFESSORES TEREMOS VOZ E RAZÃO?



É muito fácil a mídia destacar o caso Isadora sem conhecer a real situação da maioria das escolas brasileiras. É certo que muitas escolas precisam melhorar suas estruturas físicas, melhorar a qualidade da merenda e outras coisas, mas quando professores terão direito a colocar na mídia gravações dos xingamentos e a irresponsabilidades de alguns alunos perante as aulas? Quando professores e direção podem afastar alunos pelo mau comportamento?
O que podemos perceber hoje é que grande parte dos nossos jovens estão sem vontade de estudar. É difícil para eles ler e interpretar qualquer tipo de texto. Muitas vezes o professor prepara uma ótima aula, incentiva os alunos, dá atividades diversificadas , no entanto nada motiva, é mais fácil perguntar para o professor a resposta do que ir pesquisar. E não tiramos foto.
            Hoje a educação está contaminada por enlatados culturais onde a maioria dos jovens entende que barulho é música, poesia é cafonice e estudar é chato. E não tiramos foto.
            Eu enquanto professora já me senti frustrada muitas vezes e me pergunto o que fazer? Hoje em dia é mais atraente o facebook as redes sociais do que a leitura de um bom livro. Praticamente forçamos o aluno a ler, porque por vontade própria não é capaz.
            Alunos desmotivados dizem: não sei fazer, esqueci o caderno ou não vou conseguir e o mais frustrante é quando dizem estou sem vontade. E não tiramos foto.
            A responsabilidade de ensinar é da escola e a responsabilidade de educar é da família. Infelizmente hoje a família está sem tempo para ir até a escola, isso percebemos quando fazemos conselho de classe com os pais onde poucos comparecem. E não tiramos foto.
            Muitas vezes a escola fica de mãos atadas com casos de indisciplina ou quando os próprios pais dizem que não sabem o que fazer com as atitudes dos filhos. E não tiramos foto.
            É preciso urgentemente entender que a valorização dos estudos ou seu desinteresse, por parte dos jovens depende muito da importância atribuída, ou não pelos pais. É preciso que a família assuma seu papel de educadora e não a transfira a responsabilidade para a instituição escolar.
            Nós professores não temos o poder de adivinhar o futuro, mas precisamos ter alternativas em situações imprevisíveis, pois sabemos que educar não é ensinar e sim aprender a cada dia.

Maristela Guedes