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quarta-feira, 11 de maio de 2011

JOVENS ONTEM E HOJE

      
          Ser jovem era amar a vida, cantar a vida, abraçar a vida. Era ter altos e baixos, entusiasmos, desalentos, sem perder a coragem de lutar, de prosseguir. Era gostar de leitura, escrever diários, às vezes, copiar poesias de amor e remetê-las ao namorado, à namorada, sem assinatura própria.
          Ser jovem era ter os olhos molhados de esperança e adormecer com problemas, na certeza de que a solução viria no dia seguinte. Era amar a simplicidade, o vento, o perfume das flores, o canto dos pássaros. Ter ódio de guerra, de ser manipulado.
          Ser jovem era vibrar com o gol do time, emocionar-se com filmes de ternura e simpatizar secretamente com alguém que viu só de passagem. Planejar férias no fim do ano sentir-se um pouco embaraçado diante de estranhos, não perder o hábito de encabular, tremer diante de um exame.
         Ser jovem era continuar gostando de deitar na grama, de fazer parar o relógio quando o encontro era feliz, caminhar na chuva, iniciar cursos de Inglês e violão. Era não dar muita bola ao que diziam e pensavam, mas irritar-se com as calúnias, a ingratidão.
          Ser jovem era permanecer descobrindo, amando, servindo. À luz de alguma estrela. Era ter coragem de denunciar, mesmo na turbulência, navegar, redescobrir, sonhar e comprometer-se.
          É uma pena que hoje os jovens não são assim. Como definir o jovem de hoje? Muitos são mais um número na estatística no consumo de drogas e bebidas. Para a maioria a rotina é sempre igual, acorda com os gritos da mãe, ou nem acorda pela ausência dela. Há falta de valores e muitos dizem que eles são o espelho da nossa sociedade. Os sonhos já são impossíveis e o lutar por eles perdeu a graça.
          Infelizmente nossos jovens estão assim, descrentes de tudo e os poucos que querem o melhor não têm oportunidade. O primeiro emprego só consegue se tiver experiência. E a falta de oportunidade muitas vezes leva a prostituição e as drogas. A frustração e a carência afetiva, muitas vezes justificam a busca pelo prazer desorientado.
          Pergunto-me muitas vezes, quem serão os futuros professores, médicos, engenheiros, políticos? E confesso ter medo da resposta.